outro lado de um alimento muito consumido no mundo

Entenda como a mandioca pode liberar cianeto e conheça os riscos do preparo errado.

A mandioca está em mesas do Brasil ao Vietnã, mas poucos sabem que, mal processada, a raiz pode produzir cianeto.

Esta mandioca tóxica se mal preparada já causou surtos e até a doença neurológica konzo.

A boa notícia? Com cuidados simples, o perigo some e o sabor fica.

O que torna a mandioca potencialmente perigosa?

A variedade “amarga” concentra glicosídeos cianogênicos.

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Quando a raiz é ralada ou mordida, enzimas liberam cianeto — o mesmo veneno famoso em histórias de espionagem.

Sem fervura ou fermentação adequadas, o composto permanece nos alimentos.

Por que nascem os casos de intoxicação?

  • Falta de combustível ou água para cozinhar em regiões pobres.
  • Colheitas de emergência em épocas de fome.
  • Desconhecimento de técnicas tradicionais de preparo.

Konzo: uma doença pouco falada

Em comunidades africanas com dieta pobre em proteínas, o consumo repetido de mandioca mal processada leva ao konzo.

O cianeto atinge o sistema nervoso, provocando fraqueza súbita nas pernas e possíveis sequelas permanentes.

Como tornar a mandioca segura

1. Descascar fundo

A casca guarda a maior parte das toxinas. Retire-a por completo.

2. Deixar de molho ou fermentar

Rale ou descasque a raiz e cubra com água limpa por 24–48 h. No Norte do Brasil, a farinha d’água segue esse método.

3. Cozinhar até amaciar

Ferver por pelo menos 20 minutos rompe as moléculas tóxicas. Raízes cruas não devem ser consumidas nunca.

4. Combinar com proteína

O corpo detoxifica melhor o cianeto se houver aminoácidos disponíveis. Inclua ovos, peixes ou leguminosas na refeição.

Quando a mandioca vira vilã?

Casos graves ocorrem em situações extremas: seca prolongada, guerra ou pobreza.

Onde tradições culinárias estão vivas, os erros são raros.

Mesmo assim, vale reforçar boas práticas nos manuais de saúde pública.

O lado versátil e nutritivo do tubérculo

Rica em carboidratos complexos, livre de glúten e fonte de fibras solúveis, a mandioca rende bolos macios, pães sem trigo e aquela clássica mandioca frita.

Processada da forma correta, vira aliada de dietas energéticas e acessíveis.

Conclusão

A mandioca não é inimiga: o risco mora na falta de conhecimento.

Descascar, fermentar, ferver e equilibrar a refeição bastam para transformar um possível veneno em alimento seguro, versátil e delicioso — prova de que tradição e ciência, juntas, protegem o prato e a saúde.

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